A Industria 4.0 estabelece novos padrões de competitividade e eficiência. E nesta era de transformações é necessário que as pequenas e médias empresas estejam preparadas para buscar as mudanças necessárias para o seu negócio. A todos estes movimentos a capacitação profissional é algo que tem que caminhar junto, no mesmo ritmo destas transformações da indústria.
Eduardo Piloto, TechAl
A TechAl atende o segmento automotivo e ao longo da sua história buscou referência de indústria em outros países para acompanhar a evolução tecnológica. Hoje utiliza robôs integrados à sua linha de produção e mantém a busca constante por tecnologias que estão sendo aplicadas em outros mercados.
Com este investimento constante pôde enfrentar a concorrência chinesa. Em momentos de valorização do dólar perante a moeda nacional, a indústria busca fornecedores brasileiros que devem estar preparados para atender a estas demandas.
Há ainda um aprendizado para operar estas tecnologias. Além de profissionais qualificados há o aprendizado de que existem variações do que o homem suporta e do que os robôs não suportam, menciona Piloto.
Destaca ainda a importância de se buscar parceiras para otimizar esforços e compartilhar conhecimentos. O conselho que dá é buscar sempre parcerias com outras empresas e com entidades como SENAI, SEBRAE, SESI e FATEC. “Pode haver empresas fazendo os meus esforços. E fazer sozinho gasta mais dinheiro”, aconselha Piloto.
Outro ponto fundamental é a qualificação do mercado. A TecAl está desenvolvendo um curso de qualificação através de parceiras. A ideia é suprir a demanda e preparar profissionais com qualificações que realmente a indústria precisa. Segundo Piloto, nem sempre os cursos existentes atendem o que o mercado necessita.
André Corsetti, Omega7
André Corsetti da Omega7, expos os principais desafios da indústria na atualidade
Hoje o mercado já entendeu as vantagens da Indústria 4.0 para se tornar mais competitiva. A grande questão é como uma indústria pode fazer o seu caminho nesta trilha 4.0, considerando que as indústrias são diferentes, possuem processos e modelos de negócios diferentes.
Esta dúvida, segundo Corsetti, é ainda maior nas empresas de pequeno porte.
Os pequenos recebem muitas opções de soluções, mas não sabem o caminho a seguir. As grandes indústrias têm condições de investir para testar, mas o pequeno não – há a preocupação do retorno para o dinheiro investido e a busca por inovação pode representar um risco. Este é o grande desafio, mas que segundo Corsetti, não é resolvido com tecnologia e sim com planejamento e gestão.
Muitos gestores vendo seus negócios seguirem não conseguem ter a visão de que podem ser mais eficientes e competitivos. O melhor caminho para estes pequenos e entender bem do seu negócio, entender os processos, identificar onde pode haver uma perda, identificar desperdícios e pontos a serem melhorados. E este processo inicial de coleta de dados pode até começar de forma manual, sem necessidade de tecnologia – pondera Corsetti.
Falando em tendências, Corsetti, explica: “Já existe um movimento em que as grandes indústrias irão fornecer tecnologias para as pequenas indústrias. Elas precisam da eficiência das pequenas para crescer. As grandes que irão sobreviver, são aquelas que tiveram a cadeia de fornecedores mais integrada. Outro caminho para os pequenos é um modelo como as cooperativas agro – o pequeno busca cooperação para os seus desenvolvimentos.
Quando falamos de Indústria 4.0 e perdas de postos de trabalhos, Corsetti é taxativo: “O trabalho não some, ele se transforma” – aí vem a importância da capacitação profissional.
É importante ressaltar que a indústria 4.0 baixou o custo de produção e isto traz para as pessoas um acesso muito maior a produtos e serviços que antes pelo alto custo não tinha.
Este foi o painel Quebrando barreiras e implementando tecnologias autônomas em pequenas e médias indústrias.
Indústria 4.0: 22/Out – 10h15
Moderador: Bruno Jorge da ABDI
Palestrantes:
Eduardo Piloto da TechAl
André Corsetti da Omega7